OS ÓRFÃOS DA VIAGENSPROMO.

Incrível a habilidade que o turismo tem de pegar toda sua sujeira e colocar por baixo do tapete e receber suas visitas como se a casa estivesse limpa.
Acompanho, por mais de quarenta anos, a movimentação das empresas de turismo, e todas, sem exceção, ao causarem prejuízos monstruosos aos seus clientes, fornecedores e parceiros comerciais, criam uma onda tsunamica de indignação, revolta e manifestações solidarias por tudo e todos.
Esta solidariedade é uma fogueira de papel.
Novamente, como se não bastasse tantos exemplos, como as mais antigas: VASP, TRANSBRASIL, SOLETUR, MUNDIRAMA, ou as mais recentes: 123 MILHAS, MAX MILHAS, HURB, agora o mercado enfrenta o desaparecimento e descaso geral de parte da ViagensPromo.
Com a mesma postura adotada pelas muitas que fecharam suas portas, sem dar satisfação, a ViagensPromo nas pessoas de seus lideres maiores, Renato Kido e Renato Alves, optaram pelo silencio e acreditam plenamente que tudo terminará como as demais operadoras, em nada. Por isso, correm para seus casulos.
Casulos estes, que curiosamente são seus patrimônios de pessoa física, bem guardados, e de modo geral, em outros nomes de cor laranja. Desta forma, ninguém acha, ou melhor, a lei não acha.
De outro lado, os micros agentes de viagens, a parte mais frágil da corda, ficaram com os prejuízos e amargam problemas e mais problemas, gastando seus poucos recursos, sua saúde mental e física.
Entre as armadilhas que se criam para apagar o braseiro, tem um modus operandis corriqueiro. No ato do problema, surgem os empresários e empresas solidarias. No caso da ViagensPromo, não foi diferente, uma das grandes operadoras do Brasil, ofereceu uma bigorna em mar revolto, em lugar de uma boia.
Parece que no turismo, não se perde uma oportunidade de fazer campanha de vendas, mesmo que isso signifique, vender velas e flores para o próprio defunto.
Agentes de viagens, acreditem, eu conheço este mercado e vocês terão de solucionar por si mesmos, pois a justiça brasileira em sua lentidão extrema, não é referência, já os empresários do setor, igualmente, podem mandar flores azuis e cartões de condolências e lamentar falsamente, só isso mesmo.
Portanto, arregace as mangas, se unam e lutem muito, porque neste universo do turismo, para cada um que morre, não se faz velório e sim festança.
@rodermil
Colunista Viajem S/A