MIRAMOS NOS JETSONS, ACERTAMOS OS FLINTSTONES
Se puxarmos na memória, não tão distante, o mundo aguardava ansioso pelos anos dois mil. A indústria cinematográfica e os avanços tecnológicos produziam no imaginário humano o futuro tecnológico.
Um dos ícones dos anos oitenta, era o desenho animado dos Jetsons, o qual retratava a vida, de uma tradicional família, composta por pai, mãe, dois filhos e um cachorro, vivendo no espaço sideral, com tecnologia ultramoderna e robotizado, nos fazendo crer que tais facilidades estariam disponíveis a tudo e todos muito em breve.
Os carros voadores, crianças iam as escolas em tubos de sucção, a empregada do lar, era um robô, sem salário, sem direitos e trabalhando exaustivamente sem se cansar.
As profissões “on line” eram para todos, não havia trânsito e todos levavam uma vida cheia de regalias.
Óbvio que esta família, também passava por problemas,, em sua maioria, criado pelos humanos, empregador autoritário, problemas familiares e financeiros, discussões na sociedade, enfim, somente a tecnologia era avançada, já a sociedade que nela vivia, seguia os moldes igualmente aos que temos hoje em dia.
De outro lado, nos mesmos anos oitenta, havia outro desenho animado, contrapondo tudo isso, os Flintstones.
Este se passava na era das cavernas, tudo com uso das ferramentas disponíveis naquele período e que se identificada como a era da “pedra lascada”.
Carros movidos a tranco, o emprego era exaustivo e meramente de força física, a diversão ficava apenas concentrado na família e amigos, como os famosos momentos de jogo de boliche entre Fred e Barney.
O curioso de mencionar, é que os Flintstones, viviam em sociedade, composta para pares e vizinhos, e que o tempo todo participavam coletivamente dos perrengues e problemas sociais, já os Jetsons, se notava claramente a família vivendo isoladamente em suas casas.
E o que tudo isso significa? Queríamos tanto ser os Jetsons, voar, ir na estratosfera, ter acesso a toda tecnologia disponível, e isso tudo, acabou mesmo no nas mãos de pouquíssimos e raros humanos, aqueles que pagam milhões de dólares para voar ao espaço ou submersos para ver os destroços do Titanic.
Em sua essência real, o ser humano, ainda vive como os Flintstones, em campos de refugiados, nos países do continente africano sem direitos e sem acessos ao básico, alguns países do oriente médio que descumprem regras internacionais políticos e sociais, provando que ainda vivem na idade da pedra.
No Brasil, nos dias de hoje, ainda contamos com os desolados nas catingas e porque não os imigrantes sírios, árabes, chineses, angolanos, haitianos, cubanos, entre tantos outros, que correm de um lado para o outro para tentar uma vida melhor.
Enfim, o boliche, a praça pública e a reunião com churrasco e amigos, ainda são as únicas diversões da maioria da sociedade. O futuro que alimentávamos, não se consolidou.
Queríamos ser Jetsons, porém, seguimos sendo Flintstones.
Jornalista Rui Rodermil
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@rodermil
