Londres, na terra da Rainha, é tudo isso e um pouco mais

POR: Lucas Nascimento

Acho que Londres é uma cidade que toda pessoa no mundo deveria conhecer. Dessa #Eurotrip, acredito que é a capital que eu mais me identifiquei, talvez por querer morar lá um dia, ou talvez porque cresci com vontade de conhecê-la. O bem da verdade é que Londres consegue ser uma cidade moderna, cultural, cosmopolita e histórica ao mesmo tempo. Na realidade, a Europa toda caminha rumo a isso, mas a capital inglesa já conseguiu.

Saindo de Bilbão, ao norte da Espanha, pegamos um voo com a mais popular cia aérea lowcost & fare do mundo, a Ryanair, famosa pelas tarifas extremamente competitivas e regras rigorosas no quesito bagagem. Há ofertas de voos a partir de 7,99€. A Ryanair se compromete apenas a fazer o básico serviço aéreo, levar e trazer. Qualquer outro serviço disponível é pago à parte. Às vezes, optar por despachar bagagem acaba saindo mais caro que a própria passagem.

Como de regra para as companhias aéreas lowcost, o desembarque nas cidades é sempre feito em aeroportos secundários e um pouco mais longe do centro. No nosso caso, chegamos no aeroporto de Southend. Isso pode ser uma grande desvantagem.

O bilhete de trem, saindo do aeroporto, até a estação central de Liverpool Street, custa cerca de 15£ (R$ 77,41) e deve ser comprado na hora mesmo. Pelo aeroporto, há diversas máquinas que fazem a venda do ticket. O trajeto é de 40 minutos. Quem vai para Londres direto do Brasil, desembarca no Heathrow Airport, mais perto do centro da cidade e já abastecido pelo metrô.

Chegando em Liverpool Street Station você deve comprar o Oyster Card, o bilhete único londrino. Ele dá acesso a todo o transporte público de Londres, incluindo o Metrô, o Tram, o RER e os famosos ônibus de dois andares. O Oyster custa 5£ e o valor é devolvido quando você vai embora da cidade, se você quiser. É só solicitar o reembolso nas máquinas.

O Metrô de Londres é chamado de “Underground”, mas os locais chamam de “Tube”

O metrô de Londres é o mais antigo do mundo e é, talvez, o serviço de transporte público mais eficiente do planeta. Você não precisa usar outro tipo de transporte para se locomover pela cidade se não quiser, em todo lugar tem uma estação e são centenas de trens e dezenas de linhas abastecendo a Great London.

O metrô é oficialmente chamado de Underground, mas os locais o chamam carinhosamente de “Tube”. E, como nem tudo nesse mundo é perfeito, alguns trens são bem apertados e com o teto baixo. Eu tenho 1,78 de altura e, por vezes, precisei me encurvar. Os ingleses devem sofrer já que são bastante altos. No horário de pico, é tão ou mais cheio que o metrô de São Paulo, como base de comparação.

A tarifa é salgada e “dinâmica”, vamos dizer assim. Começando por 4£ para as Zonas 1, 2 e 3 e aumentando progressivamente conforme você anda até a Zona 6. Como eles sabem o tanto que você andou? O Oyster! Você tem que validar o bilhete ao entrar e sair das estações e aí o valor correto da sua passagem é debitado.

London Pass

Queríamos conhecer muitas coisas na capital inglesa e optamos por comprar o London Pass. Um tipo de cartão turístico que dá acesso instantâneo à todas atrações da cidade.

Infelizmente, no dia em que chegamos a parceria com a London Eye havia acabado e não conseguimos ir na famosa Roda Gigante e nem quisemos pagar às 15£ adicionais do ingresso.

London Pass

O London Pass é um bilhete bastante caro, mas acaba ficando mais barato comprar o ticket, do que pagar cada atração separadamente. O valor do London Pass para três dias é de 109£ (R$ 562,54) por pessoa. Bateu um pouquinho de arrependimento de ter comprado o de três dias, pois tínhamos alguns outros compromissos pré-marcados e acabamos não aproveitando como poderíamos. Além de algumas divergências de agenda e passeios de uma das pessoas que estava com a gente.

Com o ticket em mãos, conhecemos a Abadia de Westminster, a Tower of London, St. Paul’s Cathedral, The Crown Jewel – The Queen’s Gallery, Kensington Palace, The View From the Shard, Royal Albert Hall e fizemos um Cruzeiro pelo Rio Tâmisa. Faltou a Tower Bridge dos pontos principais que gostaríamos de ir, justamente por incompatibilidades de vontade de fazer o passeio.

O The View From de Shard é o ponto mais alto do Reino Unido. O prédio de quase 90 andares abriga escritórios e também um hotel, além de restaurantes e um bar com Rooftop nos três últimos andares que dão uma vista privilegiada da cidade em 360º.

Os outros museus da cidade, como National Gallery, são gratuítos.

Harry Potter Experience

Para os fãs do bruxinho mais famoso do mundo, como nós, não poderia faltar uma experiência como essa. A história se passa em Londres e andando pelas ruas, nós encontramos diversas locações reais dos oito longas metragens da trama. Mas optamos por fazer um Walking Tour de 15£ (R$ 77,41) vendido à parte no Get Your Guide.

O guia nos levou e contou histórias de diversos pontos em que J.K Rowling usou como inspiração para a construção da trama. O passeio tem três horas de duração e termina na famosa estação de King’s Cross, onde tem uma lojinha e um cenário para fotos inspirados nos filmes.

Arte em Londres

A Inglaterra é a terra da música e disso podemos ter certeza. Os Beatles, Amy Winehouse, One Direction, Little Mix, Spice Girls e até mesmo a aclamadissíma dos dias atuais Adele e, claro, muitos outros nasceram por lá e isso por si só já é um feito e tanto. Mas, que tal conhecer bairros como Camden Town onde nasceu, cresceu, explodiu para a fama e faleceu Amy Winehouse? Pois é. Nesse passeio, que eu optei por fazer sozinho, fui até o famoso bairro para conhecer a antiga casa de Amy e uma estátua em tamanho real da artista que é visitada até hoje.

Foi emocionante, assim como o passeio no Royal Albert Hall, a mais importante casa de shows de Londres, por onde já passaram todos esses artistas e até Anitta, em sua turnê internacional de 2018. Quadros enormes com ilustrações desses shows ficam nas paredes se fazendo lembrar que ali é um local para a aclamação de grandes nomes.

Minha mãe me fez crescer ouvindo falar de um filme que ela adorava: “Um Lugar Chamado Notting Hill”. E esse lugar é um bairro de Londres, acredite. Em homenagem à minha mãe, escolhi uma acomodação no famoso bairro, óbvio.

Por lá, todas as locações do longa metragem protagonizado por Julia Roberts e Hugh Grant seguem intactos e é muito legal de passar na frente de todos esses lugares, como a livraria (que mudou de endereço, mas ainda existe) e a famosa porta azul, além do hotel The Ritz. Fiz uma chamada de vídeo com a minha mãe para mostrar tudo que eu pude e foi lindo. Quando for, não deixe de conhecer as locações dos filmes que se passaram por lá. É emocionante.

Vida Noturna

Londres não cansa de surpreender. Como tudo na Europa fecha cedo, acho que a cidade compensa essas “horas a menos de diversão”. A vida noturna da capital inglesa é viva. As pessoas nas ruas, os bares, os shows à céu aberto, os festivais de música, ufa, em cinco dias eu consegui ver tudo isso.

Fui à um bar com o pessoal do trabalho que mora em Londres, o Fitzroy Tavern, perto de Oxford Circus na região de Picadilly Circus e de Covent Garden, onde ficam os famosos teatros de musicais.

Picadilly Circus que é um show à parte, né? Quase chorei de emoção quando cheguei ali. Se for de metrô, estação se chama Piccadilly Circus, e pode se acessar por meio da Piccadilly Line e Bakerloo Line.

A área é rodeada de várias atrações turísticas, incluindo a estátua de Eros, os bares e teatros do West End londrino, incluindo o “Criterion Theatre” que aí está localizado em Leicester Square, a cinco minutos dali. Os londrinos pronunciam o “Leicester” como “Lester”, é bem curioso haha.

São famosos os outdoors localizados em um prédio de esquina de Shaftesbury Avenue, neles, os anúncios da TDK, SANYO, MC Donald’s, Coca-Cola, Samsung e Nescafé, já batem ponto há décadas e foi às que eu vi, além de uma propaganda do Spotify.

Desde 1908 que as luzes de Piccadilly Circus são uma atração turística. As telas publicitárias iluminam a praça de dia e de noite.

Parques

Sim, uma grande capital não pode deixar de ter incríveis parques e Londres é cheio deles. Os mais famosos são um complexo de três parques em um que são conhecidos como Royal Gardens.

Ali estão o St. James Park e Green Park, que são parte do terreno e dão acesso ao Palácio de Buckingham. O St. James Park também dá acesso ao Hyde Park, onde estão localizados o Kensington Palace e o Royal Albert Hall.

São lindos, cheios de lagoas, fontes e também milhares de esquilos. Ali, também, está a estátua do Peter Pan.

Há também o Regent’s Park que é um pouco menor, mas tão lindo quanto. Localiza-se parcialmente na Cidade de Westminster e parcialmente no distrito de Camden e, claro, é um dos parques da monarquia e onde fica localizado o Zoológico de Londres.

Monarquia Inglesa

Deixei para o final, porque tudo em Londres é, de alguma forma, uma lembrança ao seu regime monárquico. A Rainha Elizabeth II é a monarca mais longeva da história do Reino Unido. Já são 68 anos no trono, e sua família não deixará esse legado morrer jamais. A monarquia apenas se atualizará! Quem sabe um dia vejamos Kate Middleton e Megan Markle de volta às redes sociais, como o Instagram, por exemplo, em que são proibidas de terem contas pessoais, né? A gente iria adorar.

Mas acredito que é toda essa aura de poder que faz o mundo ser tão curioso com a monarquia. Eles são uma espécie de deuses, seres separados da sociedade e que governam intocáveis de seus grandes palácios. Na semana em que estivemos em Londres, Megan e o Príncipe Harry estavam de mudança do Palácio de Kensington. Imagine que louco ter sua casa cheia de turistas todos os dias?

Assistimos também à Cerimônia da Troca da Guarda que é imperdível se você estiver em Londres. O Palácio de Buckingham, residência oficial da Rainha, fica lotado nos dias do evento, faça frio, chuva, neve ou sol escaldante.

Para conhecer e entender toda a história do reinado britânico, fizemos os passeios: Abadia de Westminster, a Tower of London, St. Paul’s Cathedral, The Crown Jewel – The Queen’s Gallery, Kensington Palace.

A Abadia de Westminster é aquela igreja linda onde acontecem todas as principais cerimônias da monarquia e também onde estão sepultados praticamente todos os outros monarcas. É onde Elizabeth foi coroada e também onde aconteceram os recentes casamentos de Príncipe William e Kate e do Príncipe Harry e a ex-act Megan Markle.

A Tower Of London é a antiga cidadela de Londres e o antigo palácio da monarquia inglesa. Lá eles contam toda a história, até os dias atuais, do reinado inglês e, ao lado fica a The Crown Jewel – The Queen’s Gallery, onde está a coroa oficial usada pela Rainha e também todas as jóias e preciosidades da Família Real.

St. Paul’s Cathedral é a primeira e mais importante igreja do Reino Unido. Mesmo com a Abadia de Westminster, a igreja não perdeu sua importância na história e, por isso, Diana, a princesa do povo escolheu realizar sua cerimônia de casamento ali.

The Kensington Palace é, atualmente (embora não vivam mais lá) a residência do Duque e Duquesa de Sussex, Harry e Megan e também antigo palácio da primeira Rainha da Inglaterra, Victória. No local, há um museu e um jardim com as histórias do reinado da famosa Rainha. 

Me arrependi de ficar tão pouco tempo na cidade. Foram cinco dias incríveis e eu não queria ir embora e, tão breve, voltarei. Me apaixonei por Londres e, na minha mais humilde opinião, é a melhor capital da Europa. O transporte é incrível, a vida noturna é agitada e maravilhosa, os centros de compras e alimentação são acessíveis e a história do país e cidade são encantadoras. Conte comigo pra tudo, Londres.

Quanto gastamos em Londres? (Gastos totais para duas pessoas)

Passagem aérea: R$ 202,32 – Tarifa com Prioritário + Mala de Cabine partindo de Bilbão;

Transporte: R$ 409,54 – Metrô, Uber e Ônibus na cidade;

Alimentação: R$ 400 – Mercado, lanches e restaurantes;

Passeios: R$ 1.334,08

Hospedagem: R$ 764,00 – Airbnb privativo.

Deixe um comentário