Berlim é a capital mais interessante da Europa
POR: Lucas Nascimento
Passamos alguns dias em Berlim, na Alemanha. Uma cidade que ainda convive com muitos dos seus erros do passado e que tenta aprender a superá-los. Saindo de Amsterdam, nosso voo até Berlim seria de mais ou menos 1h30. Outra companhia aérea low-cost estava prestes a nos receber: EasyJet.
A cia aérea não tem limite de peso para levar na mala de cabine. Você pode levar o quanto quiser, contanto que seja APENAS UMA bagagem na cabine e nada mais além disso. Para as mulheres, sequer uma bolsa é permitida. No meu caso, a pochete foi barrada e tive que dar um jeito de colocá-la dentro da mala. SOFRIDO. Também não tem serviço de bordo e você paga apenas pelo básico: sair de um lugar e ir para o outro.
Chegamos em Berlim numa manhã de domingo. Por ser fim de semana, pensei que encontraria uma cidade mais agitada e cheia de jovens, como prometem, mas não: é fantasma. Até brinquei com meus seguidores ao dizer que não havia ninguém em nenhuma das ruas e até perguntei se era assim mesmo.
Mas Berlim é assim: ame-a ou odeie.
Berlim é a capital da Alemanha, e talvez, a cidade mais jovem e moderna do país. Em sua história recente, Berlim passou por diversos desafios: as duas guerras mundiais, em que na segunda foi o QG de Hitler. Por fim, após a derrota nazista acabou separada em dois lados pela Guerra Fria (capitalista e comunista) por um muro que pode ser visto em diversas partes da cidade até hoje.
O Muro de Berlim é um dos maiores símbolos de uma sociedade que estava perturbada. Sua queda, igualmente. Pior ainda, é saber que tentam criar novos muros nos dias atuais. O povo alemão convive diariamente tentando consertar esses erros cometidos no passado e, por vezes, aparentam ser tristes, mesmo que a maioria sequer tenha vivido durante esses anos gelados.
Andando pelas ruas, além da cidade ser bem vazia, longe de ter o over tourism do resto da Europa, percebe-se pessoas mais frias e pouco receptivas.
Há muitos imigrantes, como em toda a Europa, mas sendo a capital que ostenta o título de segunda cidade com maior poder político do mundo, Berlim pode se gabar de sua organização, limpeza, ar jovem (por conta dos imigrantes, em sua maioria) e tecnologia — além da presença de grandes companhias como a Mercedez Benz, que tem sua própria praça e que também dá nome a um Estádio, em frente ao East Side Gallery, que, por sinal, é lindíssimo. Artistas do mundo todo fizeram grafites no que restou do muro e o local se tornou um dos símbolos da liberdade do povo alemão.
Alexanderplatz e Oktoberfest
A principal praça da cidade é a Alexanderplatz, onde existe um relógio famoso por mostrar o horário no mundo todo. E, estivemos por lá durante o período da Oktoberfest, o tradicional “carnaval” alemão.
O preço é um pouco pesado, caro mesmo, um copão de cerveja por exemplo custou €10 (R$ 46,64). Para comer, o valor minimo que encontrei num prato tradicionalíssimo (salsichas, batata-frita, molho e cogumelos numa cestinha) foi de €12 (R$ 55,97).
Na minha concepção, a Oktoberfest foi o melhor do nossos dias na cidade. Foi a única vez que consegui ver os alemães se divertindo, animados e curtindo alguma coisa. Há relatos de rolês mais jovens, cools e roots, bem alternativos que não é a minha vibe, então, não vi e nem procurei esse lado.
Passeios
Em Berlim, visitamos a Torre da TV, ponto mais alto da capital que é uma torre lindíssima, que consegue ser vista de vários pontos da cidade. Vale a pena o passeio, mas marque com antecedência a subida senão você vai ficar na vontade.
Torre de Brandemburgo
Um ponto chocante e emocionante de se conhecer em na capital alemã, é o Memorial dos Judeus Mortos no Holocausto. Um monumento com 2717 blocos de concreto cinza, de tamanhos diferentes, simbolizando a diferença entre cada pessoa erguido em homenagem a quem sofreu durante o nazismo.
O Checkpoint Charlie é um ponto bastante interessante, pois é onde se encerrou a guerra fria após a queda do famoso muro e tem uma história interessantíssima. De um lado, há a foto de um soldado americano simbolizando o capitalismo. Do outro, um soldado russo simbolizando o comunismo.
Há outros pontos na capital Berlim que valem a visita: o Parlamento Alemão, o ponto político mais importante da Europa e da Alemanha; o portão de Brandemburgo, que é simplesmente onde Hitler fazia seus discursos e reunia a população enfileirada diante dele e a Torre Victoria, um monumento importantíssimo para a cidade.
Uma coisa que não indico é visitar o combo de museus que estão na Ilha de Museus de Berlim. Eu não gostei de nenhum deles, exceto o Neues Museum. Essas visitas, na minha concepção, foram um gasto desnecessário que poderia ser bem empregado em outro lugar. Há museus melhores no restante da Europa.
A cidade é uma aula de história a céu aberto, nada é escondido, as cicatrizes de tempos cruéis, dolorosos estão todas lá, em cada esquina, cada rua. Mas engana-se que por isso é uma cidade triste, baixo astral…Não! Tudo isso faz parte da identidade do povo alemão que se reconstruiu com os erros, aprendizados e dores do passado, fazendo e agindo melhor, com mais consciência, visando um futuro melhor para as próximas gerações. Isso fez Berlim não ser minha favorita, mas uma das mais curiosas, baratas e interessantes da Europa.
Tem tudinho no meu Instagram, em que você pode conhecer ainda mais curiosidades das minhas viagens ao redor do mundo. @lucasnascimentp. Vielen Dank, Berlin!😍
Quanto gastamos em Berlim (Gastos totais para duas pessoas);
Passagem aérea: R$ 446,58 – Tarifa básica apenas com mala de cabine partindo de Amsterdam;
Transporte: R$ 22,40 – Trem e ônibus na cidade (fizemos praticamente tudo andando).
Alimentação: R$ 300 – Café, almoço e jantar
Passeios: R$ 172,33 – Museus e Oktoberfest
Hospedagem: R$ 350,50 – Checkpoint Charlie Hostel